Saúde

Três empresas arrematam lotes em pregão da cannabis em Mandaguari

POR Marcelo Bulgarelli EM 20 DE outubro DE 2023

Três empresas arrematam os lotes do edital da Prefeitura de Mandaguari para o fornecimento de produtos derivados de cannabis para pacientes cadastrados na Secretaria de Saúde.

O valor máximo estabelecido no edital era de R$ 1,6 milhão e encerrou com R$ 400 mil. Um deságio de 75%. As empresas vencedoras foram a Prati Donaduzzi e Cia Ltda, Indústria Química do Estado de Goiás S. A.  Iquego  e  Greencare Pharma Comércio Atacadista de Medicamentos e Cosméticos.

As empresas ainda precisam encaminhar a documentação para a posterior aprovação do Jurídico e homologação.  O contrato é de 12 meses para o fornecimento dos medicamentos. Inicialmente, pelo menos 30 pacientes cadastrados serão beneficiados.

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Mandaguari foi pioneira no Brasil ao criar uma legislação que  facilita o acesso da população à medicamentos à base de Canabidiol (CBD) e Tetrahidrocanabidiol (THC), substâncias usadas no tratamento de doenças, síndromes e transtornos de saúde como o autismo.

Produção de cannabis em faculdade

Quem acompanha de perto toda a movimentação sobre a cannabis na cidade vizinha é Paulo Shudo, advogado da Associação Canábica Norte Paranaense (Acanpa). Entre as iniciativas da entidade uma seria firmar parceria com a Fundação Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Mandaguari (Fafiman) para a produção do óleo derivado da cannabis.

Shudo acredita que podem ser investidos até R$ 500 mil provenientes do Ministério da Saúde para o cultivo indoor (com luz artificial) num dos pavilhões da instituição de ensino. “Mandaguari será uma cidade canábica”, prevê o advogado. “Pena que uma legislação semelhante não tenha avançado em Maringá. Os vereadores daqui temem perder votos ao defender a comercialização e o cultivo da cannabis”.

Ivan Moraes, reitor da Fafiman, tem participado das reuniões e já demonstrou interesse em participar do projeto de produção do óleo. “Temos estrutura física básica e alguns laboratórios já instalados, porém longe ainda das necessidades específicas que demandam investimentos”, explicou.

O reitor também lembra que a Fafifan é uma fundação municipal de direito público sem fins lucrativos. “Estamos no momento procurando entendimento de como podemos, perante a legislação, formar parceria com a associação para seguir nas etapas de viabilidade do projeto”.

Lei faz homenagem a menino morto

Em setembro, Shudo participou da ExpoCannabis Brasil, em São Paulo. Foi a maior feira da maconha já realizada no país. O evento atraiu mais de 25 mil pessoas em três dias. Cerca de 140 marcas de produtos ou serviços de maconha desembolsaram mais de R$ 3 milhões no aluguel de estandes.

A lei que regulamenta o acesso da população de Mandaguari a medicamentos à base de Canabidiol  foi aprovada em maio e ficou conhecida como “Lei Pedro Henrique”, um menino de 10 anos falecido em março de 2022.

Pedro sofria de autismo severo e fazia uso de medicamentos à base de Canabidiol e Tetrahidrocanabidiol. Faleceu após uma convulsão seguida de parada cardiorrespiratória. Sua morte comoveu Mandaguari . 

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