Cervejarias de Maringá querem voltar a produzir 500 mil/litros mês

O Núcleo de Cervejas Artesanais de Maringá (Nucem) trabalha para retomar a produção mensal de 500 mil litros de cerveja, número registrado na pré-pandemia, em 2018. A demanda ainda não se estabilizou mesmo com o fim daquele período, mas a entidade aposta no crescimento de consumidores mais exigentes em busca de melhor qualidade.

Marcelo Baptistella, presidente do Núcleo, entende que é difícil saber a quantidade real do fabrico cervejeiro neste momento em Maringá, mas é possível fazer uma previsão de retomada.  Somente a

Eden Beer, a cervejaria artesanal mais antiga da cidade, fundada em 2010,  produz 200 mil litros por mês.  Somando a produção das outras nove cervejarias de diferentes portes, é possível até mesmo passar do meio milhão de litros/ mês nos próximos meses.

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O Núcleo quer mapear o setor a fim de identificar o impacto econômico e traçar um perfil sobre o que o consumidor maringaense sabe sobre o produto cervejeiro local. De acordo com Baptistella, os consumidores estão percebendo que é possível tomar uma cerveja diferente daquelas oferecidas nos supermercados, as “mainstreams”.

A Cadeia produtiva da cerveja é muito grande e complexa.  “Uma commodity, como é a cevada, deve ser transformada numa matéria prima, num produto e que depois será agregado valor. Tudo isso envolve logística, mão de obra desde o homem do campo até a divulgação do produto, marketing. Sem contar todo sistema do serviço de bar”, explica Baptistella.

Ele é socio-proprietário da Cervejaria Catedral e também atua no segmento de bares e restaurante com duas unidades: o Cathedral Sports Bar – no centro de Maringá – e o Cathedral Fabrica Bar na Avenida Dr. Alexandre Rasgulaeff.  

Apesar da experiencia, Baptistella acredita que o setor de cerveja artesanal ainda está começando.  Lembra que o mercado é dominado por duas cervejarias globais (Ambev e Heineken), que monopolizam as gondolas dos supermercados. “Aos poucos, estamos conquistando consumidores das pequenas cervejarias. Eles estão conhecendo sabores, ficando mais exigente, entendendo o que quer da cerveja”, finaliza.

Sabe-se que o número de empregos nas fábricas cervejeiras de Maringá gira em torno de 30 empregados em regime CLT.  Parece pouco, mas geralmente cada unidade não necessita mais do que três ou cinco funcionários. Mas somando o setor de serviço de bar,  chega-se a até 200 postos de trabalho, sem contar os empregos indiretos.  

Nucem

O  Nucem é uma  entidade criada em 2015 com o objetivo de fortalecer o setor e  pleitear melhorias na legislação municipal. O Plano Diretor, por exemplo, era rígido e proibia o sistema híbrido de indústria e serviço no mesmo endereço. Graças ao Nucem, junto à Câmara Municipal, foi possível alterar a legislação para permitir o funcionamento de fábricas de cervejas (com produção máxima de até 50 mil litros/mês) j com serviços de bar.   

A lei instituindo a “Rota da Cerveja Artesanal” foi outra conquista do Nucem. A partir dela, foi permitido que o poder público pudesse apoiar, incentivar e divulgar  eventos promovidos pelas cervejarias artesanais da cidade.

É o que ocorreu neste mês de setembro (dias 15,16 e 17)  na praça Renato Celidônio, ao lado da prefeitura de Maringá. O Festival das Cervejarias Independentes de Maringá ofereceu 60 tipos  de cervejas, algumas com frutas (carambola, bluebarry, abacaxi, goiaba), outra muito lupuladas e também as leves.  

 O evento teve o  apoio do município  e a participação de todas as cervejarias ligadas ao Nucem: Eden,  Cathedral, Araucária, RedCor,   Horus, Sagaz, Matriarca,  Haka, Groove e Sabores do Malte.  

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