IMÓVEIS

Investimentos no Jardins de Monet chegam a R$ 500 milhões

POR Téle Menechino EM 07 DE setembro DE 2023

Quinze anos depois do loteamento residencial fechado com 170 hectares ser lançado e recebido investimentos que somam R$ 500 milhões, o Portfolio foi conhecer o Jardins de Monet. As últimas obras do empreendimento, que representam menos de 2% de tudo que já foi feito, serão entregues em dezembro deste ano.  A maior parte dos investimentos está onde quem chega não vê, pois são galerias pluviais, redes de água, de esgoto, de energia e de fibra óptica.

O presidente da Monolux Construções Civis, Gilberto Braz Palma, empresa que tem 50% do empreendimento e está à frente dos negócios, não vacilou ao afirmar que “sem dúvida o Jardins de Monet é o maior empreendimento imobiliário de Maringá e o que recebeu o maior aporte financeiro”. Os outros 50% são divididos em partes iguais entre as holdings LK (Velci Luiz Kaefer) e RK (Roberto Kaefer), do Grupo Globoaves Cascavel.

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Sem dúvida o Jardins de Monet é o maior empreendimento imobiliário de Maringá e o que recebeu o maior aporte financeiro” – Gilberto Braz Palma

O longo tempo para a conclusão das obras de infraestrutura do loteamento, que é “o único com Thermas Privativo do Brasil”, se deve a uma série de problemas de percurso que impactou negativamente na sua maturação. “Hoje todos os problemas estão absolutamente resolvidos e o Jardins de Monet é um grande sucesso”, assegurou o empresário, que no seu contato do WatsApp se identifica apenas como Giba Palma.

Os principais percalços se deram entre 2015 e 2019, quando a Cantareira Construções e Empreendimentos e a Globoaves Cascavel, sócias da Monolux, entraram em Recuperação Judicial, respectivamente. As duas empresas ficaram sem capacidade de investimentos e geraram desconfianças no mercado imobiliário. “Hoje não tem sócio em RJ e está tudo, tudo legalizado”, reforçou Giba.

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Lotes baratos

A loteadora tinha um empréstimo no Banco do Brasil, no qual a garantia era 60 terrenos do Jardins de Monet, que acabaram indo à leilão. “Na época, o preço de tabela era R$ 700,00 o m² e a leiloeira vendeu por R$ 200,00. O preço dos lotes despencou e nós ficamos mais de 4 anos sem vender nenhum, só fazendo chamada de capital”, recordou o empresário, que não se curvou em tratar de temas polêmicos.

Em 2016, o pai dele, o ex-deputado federal Devanir Braz Palma, que faleceu em agosto de 2019, se reuniu com os proprietários de terrenos no Jardins de Monet e repactuou os contratos. Os prazos de conclusão das obras foram prorrogados e o projeto sofreu modificações. Foram excluídas algumas obras, consideradas ultrapassadas, como um pequeno cinema, e incluídas outras, como o parque aquático termal.

O maior legado que o Devanir nos deixou não foram os imóveis e sim a credibilidade

“De lá pra cá todos os prazos foram rigorosamente cumpridos e alguns até antecipados. O Devanir se comprometeu a concluir o empreendimento em dezembro de 2023 e isso é uma questão de honra para nós. A data fixada não foi ao acaso. Ele disse na assembleia: ‘Essa é a data que eu, sozinho, consigo entregar”, recordou Giba.

Gilberto Braz Palma, presidente da Monolux

“O maior legado que o Devanir nos deixou não foram os imóveis e sim a credibilidade. Eu comentava com ele: ‘Estão falando mal do Jardins de Monet’ e ele respondia: “Não vamos nos desesperar, a caravana vai passar. O que dá credibilidade são as obras’. O tempo mostrou que ele estava certo e hoje o Jardins de Monet é um grande sucesso”, disse.

Giba adiantou que a partir da conclusão das obras, a tabela de preços do loteamento será reajustada em 5% ao mês. Em setembro, os preços iam de R$ 1.650,00 a R$ 1,8 mil.  Os primeiros lotes após o lançamento, em 2008, foram vendidos a R$ 300,00 o m². Ao ser questionado sobre o faturamento do empreendimento, Giba respondeu que, “no caso do Jardins de Monet, para a Monolux lucro não é a questão”.

Jardins de Monet

O empreendimento fica na região Oeste de Maringá, a cerca de 5 minutos do Shopping Catuaí, e a sensação é que ele faz jus ao nome do pintor impressionista francês Oscar-Claude Monet. Só de mata atlântica, grande parte primária, o empreendimento tem 31,2 ha. A mata é cercada com palanques de concreto e contorna a maior parte da área urbanizada.

Soma-se à reserva florestal as áreas verdes dos quintais das casas que chegam a ocupar quatro lotes, as quatro praças internas e as ruas sombreadas por espécies nativas e exóticas, como as frondosas palmeiras imperiais logo na entrada do empreendimento cercado por muros com mais de 2 metros de altura e reforço de cerca elétrica. O monitoramento, incluindo a rodovia que leva ao Jardins de Monet, é feito por 200 câmeras dia e noite, parte instalada na Estrada Moleirinho, que dá acesso ao empreendimento. A ronda é com guarda-armada, 24 horas, inclusive na rodovia.

Thermas privativo

As ruas e calçadas são curvilíneas, dando mais amplitude à visão. Todas são pavimentadas em pever, que permite uma boa dose de infiltração, escorre melhor as águas pluviais, facilita a limpeza e reduz os custos de manutenção. Mas o diferencial exclusivo do residencial passou o seu parque aquático termal, privativo aos proprietários e, segundo propagam, “é o único privativo do país”.

Privativo é mesmo. Cada proprietário de terreno, com ou sem construção, tem direito a apenas seis pulseiras permanentes de acesso às piscinas quentes (uma é coberta) com cascatas, sete grandes arcos de hidromassagem, bares seco e molhado (com preços de custo), sauna seca e úmida, brinquedos aquáticos e, a partir de dezembro, um rio lento. A temperatura da água gira em torno de 35ºC.

A perfuração do poço termal demorou quatro meses. Ele tem 1.517 metros de profundidade, jorra 100 mil litros por hora, a água sai com 53ºC e custou R$ 3,5 milhões

A perfuração do poço foi feita em 2018 e “demorou quatro meses, com o pessoal trabalhando 24 horas por dia, todos os dias. Tem 1.517 metros de profundidade, jorra 100 mil litros por hora e a água sai com uma temperatura média de 53ºC”. Segundo Giba Palma, o custo chegou a R$ 3,5 milhões. As normas da Agência Nacional de Mineração estabelecem que não pode ser perfurado outro poço no Aquífero Guarani num raio de 5 km.

A terceira e última parte do Thermas deve ficar pronta em dezembro.  Ela conta com, além do rio lento, seis quiosques com cozinhas, churrasqueiras e piscinas privativas. Um detalhe interessante é que, no início do projeto, os idealizadores do empreendimento não tinham certeza sobre a existência das águas termais, mas um deles, Devanir Braz Palma, já acreditava muito nessa possibilidade.

A área para a prática de esportes, que fica próxima à portaria, também tem piscinas adulto e infantil cobertas (água fria), quatro raias aquecidas de 25 metros, duas piscinas de biribol, saunas seca e úmida, duas quadras de beach tênis, quatro quadras de tênis (saibro), duas quadras de vôlei de areia, duas quadras poliesportivas, campo de futebol suíço, pista de skate e playground.  

Já a pista de caminhada e ciclismo que contorna o loteamento tem 7 quilômetros e passa, inclusive, sobre a ponte do lago. Atualmente o lago está fechado, mas num futuro próximo tende a ser liberado para passeios de caiaque e pesca esportiva. Pelo menos essa é a intenção, segundo a consultora de vendas Flaviane Marroni, que apresentou o loteamento à reportagem.

Fibra óptica

Na área comum do Jardins de Monet não tem nenhum fio aparente. Toda a fiação é subterrânea. No total são dois dutos de 27 quilômetros de extensão cada, um para a rede elétrica e outro para a fibra óptica.  O abastecimento de água é suprido por oito poços artesianos e o saneamento é feito por uma moderna Estação de Tratamento de Esgoto, projetada para atender a demanda de mil casas.

“A estação está 100% instalada, mas apenas um terço está em uso, porque ainda não temos demanda de efluentes. A ETE é no sistema aeróbio, dos mais modernos do mundo”, disse José Orlando de Araújo Trevisan, gerente-executivo da Associação Jardins de Monet.

Com a estrutura sustentável do loteamento, o proprietário pode conseguir o IPTU Verde, que oferece descontos de até 50%

A ETE, que utiliza microrganismos para degradar substâncias orgânicas, também atende aos complexos esportivos, salões de festa e demais áreas comuns. O salão de festas, com bar, cozinha e estacionamento tem capacidade para 697 pessoas, sendo 350 sentadas.

Toda área comum do Jardins de Monet utiliza energia fotovoltaica, que é produzida a partir das placas de captação instaladas em três locais diferentes dentro do empreendimento. Flaviane observou que “com a estrutura sustentável do loteamento, o proprietário pode conseguir o IPTU Verde, que oferece descontos de até 50%”. O benefício depende do projeto da casa, que deve atender condicionantes de sustentabilidade.

Tamanhos

O loteamento residencial com mais de 1,68 milhão de m² tem 858 lotes com tamanhos que variam de 450 m² a 758 m² e cerca de 40% dele é de preservação ambiental. As regras do empreendimento estabelecem que, independentemente do tamanho do lote, as casas têm que ter no mínimo 180 m² e no máximo dois pavimentos. Há, no entanto, dependendo da declividade do terreno, a possibilidade de uso do subsolo, que resultaria em mais um pavimento. A norma interna também prevê recuos laterais de 1,5 m e frontal de 2,5 m. “Para as casas não ficarem grudadas”, justifica Flaviane.

Os números atuais do empreendimento são: 212 projetos protocolados desde que foi concedida a permissão para construções, 57 estão prontas e 90 em obras

Os números atuais do empreendimento, conforme informações do gerente-executivo da Associação, são, no total, 212 projetos de construção protocolados desde quando foi concedida a permissão para construções. Efetivamente existem 57 casas prontas – uma delas é a de Giba Palma e 90 em construção. Boa parte das casas usam dois terrenos e, pelo menos uma, já construída, ocupa quatro lotes. “Também temos dez processos de liberação de construção em andamento”, acrescentou Orlando.

Dos 858 lotes, a loteadora tem 59 disponíveis no mercado e estima-se que cerca de 60 estejam à venda por intermédio de terceiros ou diretamente pelo proprietário. Todos os terrenos sem obras concluídas ou em andamento têm o solo protegido por vegetação. É usado o amendoim bravo, que é rasteiro e de fácil remoção.

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