Agência do Trabalhador anuncia 1.340 vagas disponíveis em Maringá nesta segunda (09/10). É um novo recorde do ano.  Porém, nem todas as ofertas serão preenchidas devido à falta de mão de obra qualificada. A escassez é tão grande que as empresas demoram até seis meses para fechar as vagas.

MERCADO DE TRABALHO

Empresas demoram até seis meses para contratar: “Falta comprometimento”

POR Marcelo Bulgarelli EM 09 DE outubro DE 2023

A Agência do Trabalhador anuncia 1.340 vagas disponíveis em Maringá nesta segunda (9/10). É um novo recorde do ano.  Porém, nem todas as ofertas serão preenchidas devido à falta de mão de obra qualificada. A escassez é tão grande que as empresas demoram até seis meses para fechar as vagas.

O Portfolio ouviu Talyta Souza, especialista em treinamento, desenvolvimento, recrutamento e seleção. Ela conta que muitos candidatos são reprovados também por problemas comportamentais. Sugere a criação de cursos focados nesse aspecto para melhor formação profissional.    

Portfolio – Em qual área há mais carência de mão de obra qualificada?

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Talyta Souza – Atualmente todas as áreas estão com defasagem em mão de obra qualificada, mas nem tanto no aspecto técnico, mas sim em aspectos comportamentais, como responsabilidade e comprometimento.

No entanto, há muita dificuldade de encontrar profissionais dentro da área tecnológica. Quando aconteceu a pandemia, todas as empresas tiveram que migrar abruptamente para o mundo on-line para conseguirem sobreviver durante o lockdown.

Apesar da maioria das empresas já terem retornado as atividades presenciais, vivemos a nova revolução que é a tecnológica e, para se manterem ativos no mercado, é indispensável também manterem os seus produtos no on-line.

P- De cada 10 candidatos, quantos são realmente aproveitados?

TS – De 0 a 1 candidato é pré-aprovado para a próxima etapa.  Atualmente o número de entrevistas aumentaram justamente para tentar encontrar o candidato ideal que as empresas buscam. Às vezes temos de 20 a 30 entrevistas para uma vaga.

P- Qual é a maior dificuldade?

TS – As dificuldades são de encontrar um candidato que tenha o perfil da vaga/empresa e que aceite os salários ofertados atualmente. O que em média as empresas levavam um mês para fechar as vagas, hoje pode chegar até 6 meses.

P- Qual o setor tem mais vagas ?

TS – O Paraná tem se destacado no país pela geração de empregos, principalmente a cidade de Maringá que bate recordes em aberturas de novas vagas.

O setor em destaque é o varejo que sempre está em expansão, pois trabalham nas duas modalidades enquanto lojas físicas e on-line. E, também, pelo fato de ser um setor com alto índice de “turnover” e busca reposição do quadro.

Em segundo lugar, podemos considerar o setor de construção civil que voltou a ficar aquecido e com aumento significativo de vagas.

a maior dificuldade,  atualmente,  está na faixa etária dos 18 aos 25 anos de idade

P- Existe mais dificuldade para determinada faixa etária?

TS – Essa pergunta me fez refletir no quanto o mercado de trabalho mudou nos últimos 5 anos.  A realidade do recrutador, logo da empresa, é outra.

Há 5 anos ainda era preferível contratar pessoas mais jovens de 20 a 30 anos de idade. No entanto, com a entrada da geração Z no mercado de trabalho isso tem mudado. Segundo pesquisas, cerca de 25% dos quadros de funcionários das empresas, hoje, são ocupados por essa geração. Porém, as contratações de pessoas com mais de 50 anos de idade dobraram nos últimos anos.

Sendo assim, podemos concluir que a maior dificuldade,  atualmente,  está na faixa etária dos 18 aos 25 anos de idade e isso se dá a vários fatores, como uma geração imediatista, alto índice de rotatividade nas empresas…

P- Quais cursos deveriam ser oferecidos em Maringá para suprir essa falta de mão de obra?

TS – Em Maringá temos dificuldades tanto comportamentais quanto técnicas quando procuramos por mão de obra.

Dentro dos aspectos comportamentais, o município poderia fornecer cursos e treinamentos de ‘como se portar nas entrevistas’ e ‘como ter um objetivo de vida’.  Mostrar que o trabalho seja o meio para alcançar isso.

Já em aspectos técnicos, a maior defasagem está na área tecnológica e na área de vendas. Cursos como engenharia de software, ambiental, E-commerce, oratória, técnicas de persuasão para vendas seriam bem importantes para suprir a necessidade atual.

Talyta Souza é psicóloga e proprietária da My Person RH e foi  Analista de Recursos Humanos da Companhia Sulamericana de Distribuição

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