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PARANACITY
Paranacity, cidade localizada a 70 km de Maringá, se estabelece como a terceira maior produtora de urucum do País e se prepara para ser a primeira a obter o selo na modalidade Indicação de Procedência (IP). Esse certificado de qualidade deve gerar mais 30 % de valor agregado ao produto.
Calcula-se que a cidade produza 600 toneladas de urucum/ano junto com Cruzeiro do Sul, município vizinho. O quilo do produto é comercializado por R$ 15 em média, o que resultaria em um faturamento de quase R$ 1 milhão. São produzidos entre 800 kg e 1,5 mil kg os por hectare (10 mil m²). Os cálculos são do produtor José Carlos Gusman de Souza, diretor financeiro Associação de Produtores de Urucum de Paranacity (Aprucity), presidida por Jair May.
Cerca de 50 famílias de produtores de Paranacity vendem a semente in natura para as indústrias de São Paulo. Juntas, somam cerca de 800 hectares de área plantada de urucuzeiros. Porém, os produtores estão fechando uma parceria com a Universidade Estadual de Maringá (UEM) para desenvolver outros possíveis produtos à base de urucum e encontrar compradores regionais.
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Na região, trabalha-se com duas variedades: o piave e o piave-anão
A cultura do urucum foi introduzida por migrantes de outros estados na década de 1980. O plantio é feito no início da Primavera e a colheita começa dois meses depois. Na região, trabalha-se com duas variedades: o piave e o piave-anão, sendo que essa última tem dominado a cultura devido a facilidade na colheita manual e menor custo”, explica Gusman.
O produto in natura vendido para indústrias de São Paulo se transforma em pasta, que depois será adicionada a salsichas, queijos e outros produtos. Empresa menores fazem o colorífico, um pó que tem a adição de farinha e fubá para atenuar a cor do urucum.
A expectativa agora é em relação ao reconhecimento com a Indicação Geográfica (IG) protocolados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Com esse selo, na categoria Indicação de Procedência, Paranacity será a primeira cidade produtora de urucum a obter uma certificação de qualidade. Assim, o produto poderá ter mais valor agregado, entre 20% e 30 %. Essa certificação passa por treinamentos, rastreabilidade, boas práticas de colheita e outros procedimentos.
O Sebrae tem sido um parceiro importante nessa busca pelo reconhecimento com a IG. “Para usar o selo, os produtores terão que atender o caderno de especificações que prevê cultivo, manuseio e armazenamento”, antecipa Luiz Carlos da Silva, gestor de políticas do Sebrae Paraná.
O próximo passo na “Capital do Urucum” será a construção de um centro de inovação e referência em Paranacity. O projeto está sendo desenvolvido pelo Sebrae.
O urucum é um fruto cujas sementes possuem um potente corante, a bixina, produto natural utilizado nas indústrias alimentícias, farmacêuticas, têxteis, cosméticas, entre outras. O principal diferencial do produto do noroeste paranaense é o potencial corante. Enquanto os urucuzeiros comuns possuem teor de bixina entre 2% e 3%, os cultivados em Paranacity e em Cruzeiro do Sul chegam a ultrapassar os 5%.
Conforme define o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), Indicação de Procedência é “o nome geográfico de um país, cidade, região ou uma localidade de seu território que se tornou conhecido como centro de produção, fabricação ou extração de determinado produto ou prestação de determinado serviço. No caso da Indicação de Procedência, é necessário apresentar documentos que comprovem que o nome geográfico seja conhecido como centro de extração, produção ou fabricação do produto ou prestação do serviço”.
Atualmente, o Paraná conta com 12 produtos com Indicação Geográfica, sendo as Bala de Banana de Antonina; Melado de Capanema; Goiaba de Carlópolis; Queijo de Witmarsum; Uvas de Marialva; Café do Norte Pioneiro; Mel do Oeste; Mel de Ortigueira; Erva-Mate do Sul do Paraná; Morango do Norte Pioneiro; Vinhos de Bituruna; e Barreado do Litoral do Paraná.
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