Milton Ravagnani

Colunista

Milton Roberto da Silva Sá Ravagnani é jornalista , advogado, autor de livros sobre Direito e Filosofia e membro da Academia de Letras de Maringá,

MILTON RAVAGNANI

Duas conclusões

POR Milton Ravagnani EM 06 DE novembro DE 2023

Da primeira parte da entrevista concedida pelo prefeito Ulisses Maia a esse Portfólio, duas conclusões já são possíveis.

Primeiro, que seu adversário, não só político, como também administrativo, é Homero Marchese. Ele não citou o ex-deputado, mas quem acompanha o andar da carroça entendeu as críticas que ele proferiu contra “quem não tem mandato e não trabalha”.

Homero mandou ao Tribunal de Contas a história da tal prainha, que o prefeito insiste em fazer, mesmo com a péssima repercussão que a proposta recebeu na cidade.

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É sua estratégia de pão e circo, que é tão velha quanto Nero e Calígula, mas que funciona. E ele vem abusando dela desde que assumiu o mandato.

O motivo de escolher (teria outros nomes, se quisesse) Homero como adversário parece meio diversionista. Ele fala que “trabalha até com Ricardo Barros, que comanda o grupo com quem disputou as últimas eleições”. A relação de Ulisses e Ricardo é bem próxima. Se um não é o candidato natural do outro, pelo menos não é o adversário indesejado.

A segunda leitura que se pode fazer é que a candidatura de Flávio Mantovani, pelo grupo, subiu no telhado.

Flávio pontua nas pesquisas com o dobro de intenção de votos que o vice Edson Scabora. E, ao ungir o vice como “candidato natural”, ele deixa uma porta perigosa aberta para seu diretor do Procon.

Silvio Barros tem se movimentado pela cidade, em demonstração de que pretende ser candidato. Mas, o peso do irmão Ricardo não indica condição de vencer o segundo turno, embora apareça em qualquer pesquisa em primeiro lugar de preferência.

E advinha qual seria o nome ideal para Ricardo? Sim, esse mesmo: Flávio Mantovani. Ah, e o Sílvio, você pode se perguntar. O Silvio não vai entrar em outra disputa para perder. Se as pesquisas mostrarem que ele não consegue vencer no segundo turno, os Barros não terão problema nenhum de mudar a cabeça de chapa. Com Silvio de vice, inclusive.

Faltando um ano para as eleições, ainda é cedo demais para esse tipo de declaração. Isso deveria acontecer lá por abril ou maio. Talvez Ulisses tenha se provocado um anacronismo que pode ser ruim para suas pretensões.

Ulisses diz que tem o apoio do governador Ratinho Massa. Tem. Mas, Wilson Quinteiro, que anunciou na semana passada que será candidato à prefeitura no ano que vem, também tem. É, o governador pode ir com dois ou três candidatos em Maringá (Ricardo Barros segue como seu secretário até segunda ordem). Então, esse trunfo não é tão grande assim.

Ulisses tem, na verdade, sua relação com o funcionalismo como grande handcap para as eleições. Mas, Scabora não é Ulisses. E Mantovani também transita muito bem com o funcionalismo. Algo que os Barros nunca conseguiram.

Sobre a retomada dos serviços da Sanepar, bem, disso a gente fala depois.

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