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Eleições
O primeiro turno das eleições municipais só será realizado no dia 6 de outubro de 2024, mas pelo menos 18 nomes cogitados a prefeito de Maringá têm sido lembrados nas sondagens eleitorais que circulam nos bastidores partidários e nas rodas políticas locais.
O Portfolio foi ouvir o conhecido cientista político Tiago Valenciano, doutor em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná, que atualmente é comentarista da CBN Maringá.
Além de contextualizar as possíveis pré-candidaturas, ele falou sobre a importância dos meios digitais de comunicação na viabilização dos nomes cogitados. E foi taxativo: “Nenhum deles sabe usar as redes sociais”
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Começou pelo ex-prefeito Silvio Barros II (PP), que figura como favorito nas pesquisas entre os cogitados a prefeito de Maringá, “o que não significa que a campanha será tranquila para ele”. Acrescentou que “também é difícil apontar quem seria o herdeiro eleitoral do capital político do atual prefeito, Ulisses Maia, mesmo porque é possível que ele não apoie ninguém ou só se manifeste num possível segundo turno”.
Valenciano lembrou que Maringá ganhou mais de 100 mil habitantes nos últimos 15 anos e Silvio Barros pode não ser tão conhecido pelos novos eleitores. “Muitos desses novos habitantes também vieram de outras cidades, sem vínculo histórico com o município. Há ainda eleitores jovens que cresceram acompanhando apenas os mandatos do Ulisses”, observou.
Disse que o atual vice-prefeito Edson Scabora (MDB) tem se colocado como pré-candidato e poderia ser esse possível herdeiro. Porém há outros nomes sob o guarda-chuva de Ulisses. Um deles é o do jornalista Clóvis Melo (PSD), atual secretário de Saúde do município com passagem pela Comunicação, que “é um homem de confiança do prefeito desde o primeiro dia de mandato”.
Outro do grupo do prefeito seria Francisco Favoto (PSD), secretário municipal de Aceleração Econômica. Ele já se candidatou como vice-prefeito em duas eleições. Em 2012 esteve com Maria Iraclésia e em 2016 com Wilson Quinteiro. “Pelo retrospecto, pode ser que saia como vice novamente”, acrescentou.
Entre os nomes cogitados a prefeito de Maringá, aparece Homero Marchese (Republicanos), ex-vereador e ex-deputado estadual. Ficou em segundo lugar nas eleições passadas e “ainda é um nome forte para ocupar o paço municipal. As pessoas acreditam que ele é um candidato de elite, mas de acordo com os mapas eleitorais, ele também tem votos na periferia da cidade”, revelou Valenciano.
O experiente vereador Mario Verri (PT) já foi suplente de deputado estadual e “agora pode ser o representante do partido nessa nova fase após a eleição de Lula. Resta saber se ele vai para o sacrifício para tentar ganhar uma eleição complexa em que o PT tem grande rejeição em Maringá”.
Nome muito comum a aparecer nas pesquisas é o do incansável Dr. Batista, candidato em inúmeras eleições. Ele não se reelegeu como deputado estadual em 2022, depois de ter exercido quatro mandatos na Assembleia Legislativa. “Mas ele tem história na cidade e sempre larga bem nas intenções de voto”, recordou.
O vereador Flavio Mantovani (SDD), um dos mais votados nas duas últimas eleições municipais, “fez boas campanhas para deputado estadual, mas não foi eleito. Hoje tem mantido boa presença na mídia aos divulgar suas ações como diretor do Procon. Contudo, falta ainda aquele movimento de chegada para mostrar que veio para ganhar”, avaliou o sociólogo.
Na avaliação do sociólogo, além de Saúde e Educação, os debates eleitorais também vão destacar também a Segurança Pública. Ele entende que “essa pauta abre espaços para pré-candidatos ligados à área policial como o deputado Jacovós (PL) e o vereador Delegado Luís Alves (Republicanos).
No mesmo nicho, também entre os nomes cogitados a prefeito de Maringá, aparece o deputado Do Carmo (União), que cumpre o segundo mandato depois de obter mais de 15 mil votos. Ele foi eleito vereador em Maringá em 2016 e “é muito lembrado nas pesquisas”.
Valenciano também citou outros nomes não tão conhecidos, como o do deputado estadual Adriano José (PP), “muito leal ao Sargento Fahur, político conhecido pelas pautas sobre Segurança Pública. Lembrou que José foi eleito em 2018 e reeleito em 2022.
Tiago Valenciano não descarta a candidatura do deputado estadual Evandro Araújo (PSD), que pode transferir o título de Marialva para Maringá. Lá, ele foi prefeito e vereador. Outro que “pode surpreender é Evandro Freitas”(presidente do PSDB), reitor da Unifamma. Ele disputou o cargo nas eleições passadas. “Dos pré-candidatos, é um dos que mais faz visitas aos bairros de Maringá, além de Scabora”, disse Valenciano. Ele é pai de Evandro Junior, duas vezes deputado estadual, que hoje está afastado da política.
Valenciano colocou na lista o nome de Wilson Matos Filho (Podemos), suplente do Álvaro Dias na eleição passada para o Senado. Segundo ele, “ Wilson tem mostrado interesse pelo cargo”. Ele também ventilou os nomes de Sidney Telles (Avante) e do empresário Luís Lourenço Junior (Novo) entre os nomes cogitados a prefeito de Maringá
Pela centro-esquerda, Valenciano acredita no retorno de Humberto Henrique (SDD), vereador por dois mandatos e que já tentou a prefeitura em 2016 pelo PT. Disse que a professora e vereadora Ana Lucia (PDT), “mesmo sendo lembrada, talvez não seja candidata a prefeita”.
Justifica a hipótese porque “no primeiro mandato como vereadora, ela é fundamental para a articulação do partido, além de participar do “Movimento Mais Mulheres no Poder. Será mais tranquila tentar uma reeleição para a Câmara, pois está numa carreira política ascendente”.
Partidos menores de esquerda como o Psol, PCO e PSTU costumam lançar candidaturas próprias, que normalmente são militantes acadêmicos ou ligados à área sindical.
Mas não basta falar, tem ‘parecer’ que é candidato.
A velha crença de que uma campanha prematura é um erro político, caiu por terra após a internet e o avanço das redes sociais. Essa é a opinião do cientista político Tiago Valenciano, que justifica:
– Na era pré-internet, havia uma divisão de marketing político e marketing eleitoral. O primeiro era uma divulgação constante sobre o mandato e o segundo servia para o período das eleições. Porém, hoje todos falam de política em rede social e em portais.
Continua:
– Agora é possível antecipar uma campanha eleitoral. Estamos a um ano das eleições e o eleitor já está conhecendo os candidatos. Mas não basta falar, tem ‘parecer’ que é candidato.
Segundo Valenciano, “sendo assim, dificilmente teremos o elemento surpresa nas eleições. As maiores chances são para aqueles com boa aceitação nos seus espaços sociais. Já os candidatos menos populares, terão um longo caminho para percorrer a fim de aparecer nas pesquisas do ano que vem”.
O sociólogo afirmou que nenhum pré-candidato está sabendo usar as redes sociais:
– Falta criatividade, não trabalham com boas chamadas de vídeo e muitos tem medo de falar o que pensam. O que se encontra são postagens genéricas, divulgação de atividades parlamentares ou fotos de reuniões que não significam nada para a população. “São poucas as propostas. Todos têm que se esforçar para que a informação chegue ao eleitor. Faltam críticas, ideias, chamadas para debates.
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